Lição da Borboleta

No campo verdejante, as flores baloiçavam ao vento, espalhando uma mistura de perfumes suaves.
Preso a um ramo, uma pequena abertura apareceu num casulo.
Caminhando sobre a folhagem, um homem sentou-se a descansar e por vários momentos, parou a observar o casulo.
No seu interior, uma borboleta esforçava-se para que o seu corpo passasse através daquele minúsculo buraco. Durante algum tempo pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Imóvel, parecia igualmente que tinha ído o mais longe que as suas forças permitiam.
Então o homem decidiu ajudar a borboleta, pegou numa tesoura e cortou o que restava do casulo.
A borboleta saiu facilmente daquele aperto mas o seu corpo frágil estava ainda murcho, pequeno e com as asas amassadas. O homem continuou atento a observar a reacção da borboleta, esperando que a qualquer momento as asas dela se abrissem ao sol e se esticassem, sendo capazes de suportar o corpo no seu primeiro voo.

Nada aconteceu...

Na realidade a borboleta passou o tempo da sua vida rastejando com o corpo murcho e as asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar...

O que o homem na sua gentileza e vontade de ajudar não compreendeu, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo para que o fluído do corpo do insecto, fosse para as suas asas de forma que ela estivesse pronta a voar, uma vez liberta do casulo.

Algumas vezes o esforço é justamento o que precisamos na nossa vida. Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem qualquer obstáculo, Ele nos deixaria aleijados.

Não seríamos tão fortes a enfrentar a adversidade... e nunca conseguiríamos VOAR...



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Luar Secreto




LUAR SECRETO

És a Lua que vagueia
Na noite escura
Em brincadeiras marotas
Atrás das nuvens espessas
És a luz brilhante
Que se reflecte na vidraça
Para de seguida entrar discreta
Na intimidade do meu quarto
De uma forma delicada
Envolves o meu corpo
Tocando-me sem te sentir
Em movimentos dóceis
Embrulhados pela magia
De um madrugar inebriante
Abraças-me... esmagada
Por sonhos profundos
E o teu luar permanece
Iluminando o desalinhar
Dos meus lençóis enrugados
Após uma noite de paixão
Aos poucos, o tempo vai passando
Afastas-te deslizando silenciosa
Tal como chegaste
Deixando-me sozinha
Ligada pelo fio dourado
Que se desvanece no céu
Cada vez mais azul
Raiado pelo avermelhar
De um suave amanhecer
Acordo à tua procura
E confundo-me com a luz
Que já não é a tua
Porque apenas vejo o Sol
A espreitar-me atrevido
Entre o baloiçar do cortinado
Enquanto tu te escondes
Para além do horizonte
No segredo de um adeus
Que espero seja breve
Para que voltes a iluminar-me
Com a candura do teu olhar
Brilhando na próxima noite
De um luar secreto

Lena Ferraz

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